Mar 21, 2012



Se não fosse o meu chá
De limão
O meu mel
Poderia não ter tido sequer a palavra
E daquela história não sairia nada

Pat. 2011

Feb 16, 2012


Dec 16, 2011

Bairro do Aleixo




O coração do Aleixo
Sexta feira, dia 16 de Dezembro de 2011
Demolição da Torre 5


A manhã está muito triste.
O circo amanheceu chuvoso.
O vento vai pregando algumas partidas.  
Espera-se que à hora do almoço a temperatura melhore.

Venho aqui - momento raro - deixar algumas palavras sobre o assunto do dia, no Porto. 
A implosão da Torre 5 do Bairro do Aleixo.

O circo tem chegado aos poucos ao bairro, desde que se anunciou a demolição, e esta semana, montou a tenda, em toda a sua pujança. Entretidos com as reportagens, os diretos e as declarações dos moradores, mais ou menos azedas, anda o povo e as cabeças pensantes dos interessados.

Sobre isto, na minha cabeça existem algumas questões que ainda ninguém pode responder e que me parecem, até, passíveis de serem sem resposta.

No início dos anos 90 dei aulas de ballet a uma turma do 1º ano da Escola Primária do Aleixo. Escola esta, que, entretanto, foi demolida, sem metade do circo que envolve deitar abaixo uma torre de tantos pisos.

Nesses anos, sendo aquele bairro o supermercado predileto para comprar drogas, em toda a cidade, investir na escola primária e nas crianças pareceu-me uma atividade prioritária e, portanto, ofereci-me para trabalhar, no espaço da escola, com a Associação de Apoio à Criança em Risco (APACRI). Tínhamos intenções diretas e fáceis de explicar.

Quando mais tempo as crianças permanecessem na escola, por sua livre vontade, mais protegidas estavam das vergonhas que até ali chegavam, de carro, táxi ou a pé, vindas de fora, e muitas vezes de dentro, das famílias disfuncionais e destruídas que, sem esperança, continuavam a enterrar em cadeias e buracos os seus últimos bens – a honra, a dignidade e a humanidade.

Posso dizer que naquele ano ouvi de perto algumas das histórias mais macabras da minha vida. Mas também posso e devo dizer que foram momentos inesquecíveis, de uma ternura e ligação inéditos, que nunca mais vivi de igual forma.

Nessa altura eu era a jornalista do Público que dava aulas de ballet.Chegava ao bairro de mota, ou de carro, que podia deixar de porta aberta, estacionado frente à escola, sem nunca ter tido um único problema ou chatice. A professora, como me chamavam, era bem vinda e cuidada. Mesmo nas mentes mais perdidas, todos sabiam que o objetivo de proteger as crianças era comum e o respeito funcionava inabalável.

No bairro existiam muitos farrapos, mas a humanidade sempre me rodeou e o afeto notava-se presente, mesmo à distância.

Sem me demorar na descrição desse trabalho doce e difícil – dar aulas de dança a crianças de 6 anos que não conseguiam chegar com as mãos aos joelhos – importa que regresse de imediato à manhã chuvosa de hoje e àquilo que me preocupa.

Não vos conto se sou contra ou a favor da demolição do Aleixo. Tanto especialista já falou sobre isso!

Pessoalmente fico um pouco triste de ver desaparecer aos poucos um lugar mau que tinha também muito de bom. Não como um aluno mal comportado que chega ao final do ano com boas notas, progredindo e mostrando o seu real valor, mas como um aluno mal comportado que em ninguém confia e a quem ninguém dá chance.

O que me preocupa é o porquê da demolição, hoje, desta Torre 5 – passarão a ser apenas 4 e até quando!?

Quarta-feira passei na marginal à noite. Todas as torres do Aleixo tinham as janelas iluminadas. As famílias, os moradores, os habitantes estavam afinal ali. Eu estava convencida que a implodir, o bairro estaria desocupado.

Hoje, às 7h00 ficou. Como dizia uma residente ontem, algures, saiu para a rua e para o frio com os filhos – a escola começa às 9h00 – para ver ao longe o circo. O deburre empoeirado e barulhento da torre que sempre viu, desde que chegou ao bairro, com 11 anos, vinda da derrocada da Ribeira, todas as manhãs.

Porque se vai demolir uma torre agora? Porque não transferiram definitivamente todos os moradores primeiro? Porque não esperaram para montar bem o circo e taparam o disparatado acontecimento dos olhos daqueles que por ali nasceram, viveram ou pretendiam morrer? Porque não há respeito. Porque não há humanidade? Porque não se pensa nestas coisas? Serei apenas eu?

Se fosse na minha rua, no prédio em frente, de uma lugar que aprendi a amar, custar-me-ia uma febra de um braço ver cair aquele pedaço da minha existência.
Mesmo que não pudesse perder o momento. Nem que fosse para ver com os meus próprios olhos e tentar acreditar.

Faça-se o que tiver que ser feito, mas faça-se bem feito. À séria. Dando prioridade à humanidade naquilo que mais a caracteriza. Os seus sentimentos e emoções.

Continuamos a pensar em moedas e a esquecer corações. Lamento. Ninguém, do circo da comunicação e afins, me explicou ainda porquê deitar a baixo apenas uma torre e neste exato momento.

Mais logo,  ao final do dia, empoeirado e meio desfeito, como um lego abandonado no tapete da sala de jantar por uma criança atarefada, as famílias das 4 torres e os dealers e os compradores regressarão ao bairro.

Alguns como sempre. Outros sem algumas febras da sua alma. Mesmo que me digam a resposta a esta questão, nunca a poderei entender. Moro num lugar estranho e difícil. Não moramos todos?

São 11:25. Daqui a pouco, aqui onde me encontro, esperarei ouvir a sirene que anuncia a execução da sentença da Torre 5.

No arranque do novo ano, vou procurar um rolo fotográfico perdido em casa que tenho com os mais de 30 meninas e meninos com quem vivi durante aqueles meses letivos.

Na minha última aula, fotografei as crianças uma a uma. Contra a parede branca da escola. Estava uma manhã de sol e estávamos felizes. Partilhando sorrisos e acreditando que apenas um, mas um só já bastante, se poderia salvar de um destino triste. A Torre 5 chegou hoje ao fim.



frame da webcam do JN online


Nov 20, 2011

Nov 3, 2011

pequenas revoluções







A série FAZEM-SE REVOLUÇÕES POR ENCOMENDA começou por ser uma acção interventiva num espetáculo de duas noites no ciclo poético Quintas de Leitura, no Teatro do Campo Alegre, no Porto.


Leitores de poemas, músicos e performers eram anunciados em palco, pelos desenhos da Pat, transportados nas mãos d euma bailarina erótica.


De forma caricatural e garrida, a Pat aborda temas de um mundo estapafúrdio.
Pat desenvolve trabalho de pintura, fotografia e intervenção.



Pat estará presente na galeria no momento da inauguração e no dia seguinte, 19 de Novembro, das 16h00 às 19h00.

May 26, 2011

PRESS



Semanário "Grande Porto" - 20 de Maio de 2011.
Jornal "Diário do Minho" - 19 de Maio de 2011.
Jornal "O Primeiro de Janeiro" - 17 de Maio de 2011.


Exposição da Pat em CERVEIRA até 28 de Junho





Abriu dia 14 de Maio. A inauguração oficial aconteceu na tarde de 21.
À associação PORTA TREZE a Pat agradece o convite, a simpatia e a montagem da exposição.
São de novo os 33 retratos numa nova experiência de conjunto.
Orgânica, aglutinadora de mentes, almas e corações.
Ao passarem pelo Norte experimentem.
"Diga 33 - os retratos dos poetas das quintas de leitura" por Pat em Cerveira até dia 28 de Junho de 2011.

May 16, 2011

Agência Lusa - HOJE

LUSA 5 - 5/16/2011 10:25:00 AM - Artes, Cultura e Entretenimento

Fotografia: Retratos dos poetas das "Quintas de Leitura", por Pat, em exposição até 28 de junho em Cerveira

Porto, 16 mai (Lusa) -- O escritor Manuel António Pina, vencedor do Prémio Camões 2011, é um dos 33 poetas retratados por Pat, numa exposição que será inaugurada no sábado, em Vila Nova de Cerveira.

Denominada "Diga 33", esta mostra está patente nas instalações da Porta Treze - Associação Poética de Todas as Artes, reunindo os "retratos captados, em 2008, para a antologia do ciclo 'Quintas de Leitura' do Teatro Campo Alegre, organizado pela Câmara do Porto, através da Fundação Ciência e Desenvolvimento".

Além de Manuel António Pina, nesta mostra estão também retratados Adília Lopes, Daniel Jonas, Regina Guimarães, Ana Deus, Yolanda Castaño, Aldina Duarte, Paulo Condessa, Nuno Moura, João Rios, Pedro Mexia, Nuno Júdice e, entre outros, José Tolentino Mendonça.

A exposição já esteve patente no Teatro do Campo Alegre, no Porto, na galeria Arte da Terra, em Paradela do Rio, Montalegre, e na galeria Bic'Arte, em Lisboa.

Sobre Pat, João Gesta, programador do ciclo poético "Quintas de Leituras", descreve: "Passeia-se pelos telhados das cidades com a curiosidade dos gatos e a subtileza dos tigres. Em vez de garras tem a máquina fotográfica afiada. Ninguém escapa ao seu instinto animal e à sua voracidade. Cada passo em falso do nosso espírito encontrará a Pat pela frente. Ou pelas costas. Em Paradela do Rio ou em Nova Iorque a música será sempre a mesma: - uma fotografia ou a vida".

JAP.

May 25, 2010

Mar 15, 2010

Dec 22, 2009

Serra da Ossa

happy holidays

Jul 8, 2009

May 11, 2009

life is good

May 8, 2009

LUSA

Porto, 07 Mai (Lusa) - O programador das Quintas de Leitura, João Gesta, prometeu hoje um "shot performático" para a próxima sessão desta iniciativa, que é dupla e se realiza nos próximos dias 14 e 15, na Sala-Estúdio do Teatro Campo Alegre.
João Gesta qualificou esta dupla sessão como "um shot performático, em duas partes, englobando convidados de várias áreas de expressão: poetas, diseurs, músicos, fotógrafa, bailarina e mesmo um geógrafo".
"É uma caldeirada explosiva, de contornos imprevisíveis, frisou.
O programador promete "100 minutos de espectáculo intenso, frenético, desconcertante e muito variado".
"Trabalharemos sem rede, à mercê dos impulsos dos nossos convidados. Experimentaremos o conceito de 'recital portátil', ou seja, uma sessão com menos requisitos técnicos e de fácil montagem, capaz de se 'instalar' eficazmente em qualquer outro palco do país, 24 horas após a sua apresentação no TCA", acrescentou.
Neste espectáculo João Gesta conta com a fotógrafa PAT, artista destacada para introduzir "pequenas revoluções" no decorrer do espectáculo.
As performances anunciadas incluem o geógrafo Álvaro Domingues que apresentará, "com ciência e humor", a conferência-esquisita "A Rua da Estrada", que dá nome à sessão.
Estará também presente a cantora galega Lucía Aldao, (um regresso às "Quintas") para apresentar "Macedonia pequena", um concerto com temas de Janis Joplin, Melanie Safka, Lou Reed, Mazzy Star e Los Piratas.
O programa prevê a estreia nas "Quintas" do músico Samuel Úria (da editora Flor Caveira), que "tocará temas de sua autoria, dos Beatles e, talvez, a 9ª Sinfonia de Paco Bandeira", numa apresentação descrita como a verdadeira "Nova vaga de velhas vogas".
O colectivo "O Copo", constituído pelos poetas Nuno Moura e Paulo Condessa, apresentam "Os Garfunkels", descrito como "pura performance poética, supra-pseudo-musical", que promete "espasmos musicais capazes de honrar a nação".
"Finalmente, da Roménia chega-nos a bailarina Cindy, para dar mais sensualidade e magia ao acto", salienta João Gesta.

PF.
Lusa/Fim

LUSA - Portugal News Agency


Apr 17, 2009

little birds in Barcelona

Apr 13, 2009

Em Maio, no Teatro do Campo Alegre,
pequenas revoluções por Pat

Apr 8, 2009

No Dia Mundial da Poesia

"ACEITAM-SE REVOLUÇÕES POR ENCOMENDA" – Pat



Para assinalar o Dia Mundial da Poesia (21 de Março) o Colectivo Silêncio da Gaveta realizou um acto poético sobre a forma de instalação: colocou poemas nas árvores do jardim da Avenida Júlio Graça em Vila do Conde. Para que as árvores traduzissem em seiva e fruto as palavras dos poetas. Esta (acima) foi a minha participação.

Apr 3, 2009

eu quero aquele manequim

Mar 16, 2009

José Luís Peixoto - no Rio - Abril de 2007

Mar 12, 2009

where is my mind?
(2008)

Feb 19, 2009

Friend's Table

Feb 18, 2009

Jornal de Notícias - edição de hoje.

Feb 17, 2009


dia santo valentino

Feb 13, 2009

Lost with my car

Feb 11, 2009

Um café quase perfeito.

Feb 10, 2009

clara ghimel

Feb 4, 2009

no words

Feb 3, 2009

disco house

Feb 2, 2009

rain. rain. car.

Jan 27, 2009


the dead of the garden's man

Jan 26, 2009

madame. toi . moi.

Jan 23, 2009


A invenção do Amor
scape
water. air. land. scape.

Jan 22, 2009


Jan 21, 2009


Jan 19, 2009


Afurada City. Janeiro de 2009.

Jan 13, 2009


Turco. 1 de Janeiro de 2009.
« A Orfã» - Capítulo I - Teatro Aramá - Café Lusitano. Janeiro de 2009.

Dec 31, 2008


Last day of 2008! Let's jump. 2009 is waiting.

Dec 24, 2008

FELIZ NATAL







photos and words for the DIGA 33 show.

big stage of tca - porto - 18 . 12.2008

Dec 17, 2008

the cover of my book.
33 poems of 33 portuguese poets and 33 portraits of these 33 poets . from Pat
design: susana fernando
coming out tomorrow
Teatro do Campo Alegre
Porto
Portugal

Jorge Reis Sá por Pat
no site Portugalnet - Literatura
Para ler aqui.
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Dec 16, 2008


Daniel Maia-Pinto Rodrigues e Isaque Ferreira.
Ensaio. Quintas de Leitura. Novembro de 2008.
Teatro do Campo Alegre. Porto.
Três poetas e uma fotógrafa.
(Nuno Moura, João Gesta e Paulo Condessa. Pat)

Dec 10, 2008